quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Violência sexual: eu fui VÍTIMA!


Pensei muito se deveria falar sobre isso, tornar público, mas achei que seria importante... Porque as pessoas precisam estar cientes que violência sexual contra mulher existe sim, de diversas formas, em qualquer lugar, e hoje ACONTECEU COMIGO!
Entrei num ônibus para fazer uma viagem de Montevidéu à Rivera (Uruguai), eram 00:30h e teria 6 horas de viagem pela frente. Minha poltrona era a última, e quando cheguei a pessoa que viajaria do meu lado já estava sentada. Era um homem, não mais de 40 anos. Cumprimentei-o com um “Buenas noches” e um sorriso. Sentei, e ele se ofereceu para colocar minha mochila na parte de cima do ônibus, e eu agradeci a gentileza. Até aí tudo certo... nem mais uma palavra e eu logo dormi.
Acordei por volta das 3:30h, quando senti que ele encostou levemente a mão na minha perna. Me mexi assustada e ele tirou rápido a mão. Nessa hora, apesar do susto, eu acreditei que ele só estava puxando o casaco que tinha se prendido entre as duas poltronas. Adormeci de novo...
Pouco tempo depois, acordei com ele passando a mão entre as minhas pernas, e apertando com certa força. Gritei um “SAAAAIII” seguido de uma cotovelada que o acertou no braço. Ele virou pro lado com a mão protegendo o rosto. Dei mais um grito “NÃO ENCOSTA EM MIM!”
Estava escuro e, apesar do grito, ninguém no ônibus se manifestou. Ele se afastou, virou pro lado, não encostou mais em mim. Eu virei pro outro lado, e chorei... seguimos viagem, ainda lado a lado! Claro que eu não consegui mais pregar o olho, eu não podia ‘descuidar’.
Chorei pela minha impotência, por não saber o que fazer naquela situação. Além da minha reação de defesa espontânea (de gritar e dar uma cotovelada), eu não sabia o que poderia fazer contra aquele ato, contra aquele homem.
Pensei em falar com o motorista, falar com os outros passageiros... mas tanta coisa passava pela minha cabeça... acho que boa parte das pessoas pensaria que eu fiz alguma coisa para provocar isso (que a culpa era minha), outra parte pensaria que “isso não foi nada, não é nada demais”.
Minha opção foi seguir viagem, calada e com medo. O agressor continuou do meu lado. Eu não mudei de lugar, já tinha visto que o ônibus estava lotado... não tinha outra poltrona. Mas não era isso que eu queria, eu não queria outra poltrona, eu queria RESPEITO!
Muitos podem achar que isso não é nada: “ele só passou a mão na perna dela...”. Sim, passou a mão SEM PERMISSÃO! Isso é assédio, é violência! Precisa ser repudiado!
Já na rodoviária do destino final, enquanto esperava um amigo, aquele homem me seguia com os olhos em toda parte eu andava. Até que sentei em um lugar perto de mais pessoas, para que pudesse me “sentir segura”.
Até quando, nós mulheres, passaremos por situações assim?

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Poeminha de desabafo


Escrever é o que me salva
Da angústia de sentir
Escrever o que sinto
Desabafando
Para todos,
E não para ti

Escrever é o que alivia
Tudo que acontece no meu íntimo
Eu escrevo para todos,
Assim eu não recorro a você,
Assim te deixo em paz
E você pode ir
Tranquilo,
Sereno,
Sem ter ideia
Da falta que me faz

domingo, 3 de agosto de 2014

Pelo prazer de amar, eu me permito sofrer!

“Sem expectativas...” “a qualquer momento pode acabar...” “É só uma chama da paixão,vamos aproveitar enquanto ela queima...” “Vamos viver um dia de cada vez, sem esperar nada do dia seguinte...”

Era esse o combinado! Essas eram algumas das frases que eu repetia pra mim mesma – algumas eu falei até pra você – para não me deixar criar expectativas.
Mas não teve jeito... eu que sempre sou tão cautelosa com essas questões, eu que nunca me desarmo, eu que sempre me coloco na posição de quem ‘ama menos’ e ‘se dá menos’, logo eu...

Talvez tenha sido sua culpa. Você “jogou baixo”, fez coisas maravilhosas, me encantando desde a culinária até as músicas que me mandava... as mensagens no telefone, o ‘moça bonita’ que usavas sempre que me escrevia no facebook, o brilho no olho, o modo como falavas o quanto eu te fazia bem...

Talvez tenha sido culpa de algumas amigas, que, conhecendo meu jeito duro de encarar relações amorosas, me falaram pra relaxar, aproveitar, ‘tirar o pé do freio’, me entregar por inteiro, deixar me inundar por esse sentimento...

Talvez tenha sido minha culpa, que na ânsia de viver um amor, apostei todas as fichas no que me encantou. E pelo prazer de viver esse amor, me dispus a assumir o sofrimento que viesse depois.

Não importa de quem foi a culpa. A questão é que, finalmente, eu me libertei das amarras que me prendiam, me despi da armadura que me protegia dos sentimentos mais profundos... Eu me permiti sentir a paixão, o amor... sem medo, consciente de que poderia acabar a qualquer momento (sim, eu sabia), mas isso não me importava.

Eu vivi, e viveria de novo, na mesma intensidade...
Foi bom, foi gostoso, foi libertador...deu certo! Mas chegou ao fim... Como disse o poeta: “Que não seja imortal, posto que é chama...”
A chama se apagou em você, em mim ela queimaria mais algum tempo. Mas para a chama se manter acesa, é preciso alimentá-la. Por isso, também em mim não durará muito.

Entender tudo isso não diminui o que sinto agora, eu que me permiti amar, preciso agora me permitir sofrer... sofrer a falta que você me faz, a vontade que tenho de te ligar, só mais uma conversa, só pra saber de você, sofrer a espera por uma ligação sua, ou uma mensagem, quem sabe um “oi” no facebook...

Mas isso passa, sei que passa!


O que vai ficar? A deliciosa experiência de ter amado, de um jeito novo pra mim, sem pressa, sem planos, sem rótulos de relacionamento, sem medos... apenas se entregando!

P.S.: À você meu bem, apenas um pedido: continue encantando, espalhando amor, o mundo precisa disso!