domingo, 20 de dezembro de 2015

Transbordando



Já cansei de ouvir que sou sonhadora demais, romântica demais, e outros tantos adjetivos referentes à minha forma de ver e acreditar no amor... O fato é que realmente a minha intensidade assusta à todas as pessoas que insistem em colocar medida no amor. Reconheci isso e decidi que a partir de então eu deveria me conter, esconder meus sentimentos, “me controlar”.

E foi então que entrei num ciclo de frustrações, de relacionamentos vazios, onde eu não me permiti ser quem sou, viver o que eu sentia. Acreditei que era assim mesmo que deveria ser, e incorporei a música do Chico Buarque: “hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito, exijo respeito não sou mais um sonhador...”

Mas se existe uma coisa nesse mundo da qual nunca fugiremos é de nós mesmos. O mundo tá cheio de surpresas e o universo sempre dá um jeito de nos colocar no nosso lugar...

Então de repente, quando nada parecia dar certo, quando eu já parecia ter esquecido quem sou, as borboletas do estômago resolveram dar o ar da graça! E quando eu voltei a senti-las percebi que eu ainda tinha emoções, e que nada deveria controlar ou reprimir isso. Essas borboletas despertaram da forma mais leve e sutil possível, quase imperceptível...

Algumas caronas, um colchão na sala das amigas, um colo, um cafuné, carinhos nem um pouco maliciosos... uma tarde no campus, mais colo, mais carinho, uma apresentação de natal e os olhinhos brilhando... Tudo já começava, as pessoas mais próximas questionavam mas nós não percebíamos... era “só amizade”. Até que num domingo de manhã uma conversa no whatsapp começou e não terminava nunca mais... a cada mensagem recebida, cada áudio, cada vídeo, cada imagem, as borboletas do meu estômago iam se agitando uma a uma e juntas me fizeram perceber que eu ainda morava dentro de mim, eu e todos os sentimentos que carrego!

Acontece que depois de tanta troca entre nós e, principalmente, depois de alguém especial "nos jogar a real" eu enfim percebi que estava em você a minha possibilidade de voltar a ser eu, de transbordar! E quando isso acontece, de nada vale qualquer história ruim que eu tenha ouvido sobre você, de nada adianta o meu receio com a sua ex que pode voltar, ou meu medo de você ficar com outra pessoa qualquer, não adianta ninguém me dizer pra “ir com calma”, pra “não se apaixonar”.

O que importa agora é a pessoa que você me mostrou ser... o que vale pra mim é o que eu consegui captar do seu coração. Essa forma linda que você tem de se doar e de se entregar, que se parece tanto com a minha... esse jeito maravilhoso que encontramos de “juntar a fome com a vontade de comer”.
Quero continuar sentindo, quero continuar vivendo, quero continuar me entregando à você, com você, na mesma sintonia, como tem sido até então. Estou transbordando, como gosto de estar, e quero continuar assim!

Só pra finalizar, preciso dizer que se amanhã acontecer de terminar, já valeu por tudo. Mas que tal fazermos um plano? Que o plano de hoje seja “não terminar”!

Um comentário:

  1. E se me perguntarem o que vi em você, a resposta está hoje mais que na ponta da língua... vi exatamente o que faltava em mim e na minha vida!

    ResponderExcluir

Teve paciência de ler? Então agora me diga algo sobre isso!