Sabe aquele dia que por mais que
você saia, converse, beba, ria, e até dance, o vazio permanece? Hoje é um
desses dias pra mim...
Acabei de chegar de uma reunião
de amigos, churrasco, cerveja, conversa boa... Eu parava no meio do tempo, era
como se tudo aquilo não fizesse sentido, como se eu não devesse estar ali. Mas
eu me enturmei, e o dia fluiu bem, conversei, ri, riram comigo, foi divertido...
mas o vazio continuava.
Não, hoje eu não queria estar
ali, não queria estar com os amigos. Hoje eu queria estar em casa, na casa onde
eu cresci. Queria ter tomado um banho de rio, e depois ter almoçado com a minha
mãe e o meu irmão, queria ter brigado com ele pelo lugar na mesa, queria ter
ouvido minha mãe reclamar porque eu só estava comendo a batata frita. Depois do
almoço, eu queria sentar na frente de casa e comer seriguela esperando o sol
dar uma trégua para poder andar a cavalo...
Assim se passavam os fins de
semana na minha infância, e sei que não viverei mais isso. Não moro nessa casa,
não sei de nenhum rio por perto, não tenho um pé de seriguela no quintal, não
tenho um cavalo... São momentos bons, que ficaram no passado. Uma etapa que eu
vivi intensamente, e que nunca vou esquecer, mas passou... E era preciso que
passasse, porque assim é a vida!
Mas o vazio permanece, e mesmo
sabendo que eu não tenho mais a vida que citei acima, uma coisa eu sei que
supriria toda essa saudade: o colo da minha mãe! Até hoje, com 23 anos eu deito
sempre que posso no colo materno, e é como se ali tivesse toda minha história,
todas as lembranças... é ali que tudo se preenche, tudo se resolve...
É desse colo que eu preciso hoje,
só que hoje ainda não é dezembro...
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